sábado, 4 de julho de 2009

6.


de: sarand

quarta-feira, 1 de julho de 2009

5.


de todos os ares o vento

andando nas nuvens


promete que sabes voar alto

o infinito azul

e que voltas na nortada


…e respirar fundo

no tufão que tudo enrola e destrói


o sonho de todos: voar


aquela presença de espectro que te sopra atrás da orelha

quem está aí?


o inspirar, expirar!

que etéreo elemento


de:

oanis

sandra abreu

quarta-feira, 17 de junho de 2009

4.




acabamos a caminho das sentinelas sagazes

esse sabre de silêncio que corta

traz uma flor colada às asas


sempre me parece que o sol sofre


sem os olhos sonoros de sítios

subir sempre até ao cimo e ver nuvens


salvamos os temperos de cal salgada


sacrificar seriamente um sentir de sonho

vamos largando âncoras sem nomes


cego o que sei e soube sempre que é assim

dobra a dobra dos nós cegos

susto de sonho do desassossego súbito

assobia ao redor de ti, sol


sair subir assentir surge do centro

acordaste soturna, amor?


o sonho sai daqui, sobe e dissolve-se em silêncio


iniciamos leves as noites

3.

de: oanis

quinta-feira, 21 de maio de 2009

2.

fecharei os olhos da água que nos lava
continuarei a perder pequenas pérolas uma a uma do fio que se partiu

os dias irão romper a jorna das veias

hei-de atravessar novamente a ponte
quem esperará bebendo o mel que deixaram para nós
direi a todos tê-la atravessado

eles segurarão os dias com as mãos presas às portas
saberemos, no final que bateu, ainda que não dentro mas fora de si próprio

esta é a largura do tempo que nos deixarão os mortos
a lua voltará a encher-se num céu de verão

acabaremos por fim a desejar o estio

um dia olharei para trás e verei que o castelo que se ergueu é belo, seguro, próspero, e que vive em paz
vou cerrar os punhos amanhã para poder levantar as pedras

recortada no firmamento, ela olhará para a obra e dirá: serviste-me bem.
as crianças dormirão repletas de plumas
e tu verás também que tudo é possível

o centro é o local por onde amanhã a água irá jorrar
e ali, ali mesmo surgirá uma claridade de saber que se não falhou

o poder do sangue restará colado às árvores
teremos nós coragem de crescer assim?

lado a lado os olhos ficarão rasgados por meio das lâminas
haverá então algo de bom, de perfeito, de deus no nosso ser

acabaremos a olhar a pele dourada



1. origem do blog

O texto seguinte foi escrito a três mãos utilizando a técnica do cadáver esquisito. Apresentamos o texto na sua versão primeira seguido da sua versão editada.


de:
joão ribeiro
oanis
sarand